Psicologia do Trabalho e suas origens na história da psicologia (1a Parte)

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A Psicologia como uma ciência independente é algo relativamente recente na história do conhecimento, mas os assuntos psicológicos sempre foram objeto de atenção entre estudiosos e não estudiosos. Essa sempre foi uma preocupação que esteve presente ao longo dos anos, e não deixa de ser verdade na atualidade. Ela é foco de muita atenção pois nós buscamos compreender como funciona a mente humana para entendermos por que agimos de determinada maneira.

Quando olhamos a antiguidade nós encontramos as idéias psicológicas em grandes filósofos e pensadores. É através desses pensadores que chegamos à origem da palavra “psicologia”, que no grego antigo psyquê (ψυχή) significava “alma” ou “mente” e logos (λογία) que significa conhecimento, estudo, tratado. Então se considerarmos o sentido mais genuíno, a psicologia é a ciência ou o conhecimento da alma, é a ciência que estuda a mente humana, que investiga as causas do comportamento humano para entender os fenômenos ligados à mente.

Estátua de Platão

Diversos foram os filósofos gregos que trataram de aspectos psicológicos, como por exemplo Sócrates (470-399 a.C.) que discutia a diferenciação entre o homem e os animais, por possuir a razão, e é isso lhe permite ir além dos instintos e da irracionalidade. Ao considerar a razão como uma característica humana, Sócrates também reflete sobre a consciência, outro característica essencial do humano. Anos depois, Platão (427-347 a.C.), que era discípulo de Sócrates, concebia um lugar para a razão em nosso próprio corpo, entendendo que aspectos do psiquismo humano estavam localizados em partes do corpo, antecipando uma organização das áreas básicas da psicologia moderna, ou seja: sensação, percepção, memória, emoção e cognição. Platão também teve um discípulo, Aristóteles (384-322 a.C.), este considerava todo ser vivo portador de uma alma, essência do corpo, mas apenas o ser humano possuiria a alma racional portadora da função pensante.

Na idade média, a produção sobre a psicologia não se separa do conhecimento religioso, já que a Igreja Católica monopolizava todo o conhecimento, não sendo diferente em relação ao psiquismo, e quem não concordasse poderia ser condenado por heresia. Estudiosos vinculados diretamente à Igreja, Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274) se destacaram pelas suas obras. Para Santo Agostinho, inspirado em Platão, havia uma cisão entre alma e corpo, mas a alma não era somente a sede da razão, era a prova da manifestação divina e a sede do pensamento. Para São Tomás de Aquino, que tinha Aristóteles como orientador, existia uma separação entre essência e existência, sendo que o homem tinha em sua essência a busca pela perfeição. Acreditava que somente Deus era capaz de reunir a essência e a existência, em termos de igualdade. São Tomás de Aquino usava argumentos racionais para validar os dogmas da Igreja e garantir o monopólio do estudo do psiquismo.

Estátua do filósofo Sócrates

A estes religiosos muitos estudiosos se seguiram, e nos anos seguintes (séc. XVII e XVIII) vários deram suas contribuições, como René Descartes (1596-1650), que postulava que o corpo e mente são entendidos dentro de uma relação de interação, sendo a mente conforme com as funções que executa, ou Locke (1632-1704), para o qual a experiência vêm do conhecimento, ou David Hume (1711-1776), que assumia a noção de que não existe conhecimento inato, todo ele deriva da experiência.

A lista dos estudiosos que abordaram aspectos e idéias psicológicas em seus estudos é muito grande, ela seria enorme e exigiria uma compilação gigantesca de nossa parte. Não é o nosso objetivo aqui nessas postagens, o que queremos é mostrar um caminho até chegarmos à Psicologia do Trabalho.

Imagem de Santo Agostinho

Outro aspecto que queremos ressaltar: todo o conhecimento que hoje usufruímos, na verdade é fruto de um processo histórico de acumulação de saberes, onde são estabelecidas as bases teórico-metodológicas que irão permitir o florescimento de uma nova disciplina. Não foi muito diferente na Psicologia, e a maneira como nós a entendemos na atualidade é resultado disso.

Leia a continuação em: Psicologia do Trabalho e suas origens na história da psicologia – 2a parte

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