Vimos em Psicologia do Trabalho e suas origens – 3a Parte o panorama atual das principais linhas que fundamentam a psicologia. Agora apresentaremos a Psicologia Social. Ela estabelece a ligação entre a psicologia (indivíduo) e sociedade (ciências sociais: sociologia, antropologia, história, ciência política …). Nossos comportamentos, sentimentos, pensamentos, intenções, se modificam quando estamos cercados de outras pessoas.
A Psicologia Social busca compreender “o como” e “o porquê” acontece o comportamento social e as respostas dos indivíduos na interação com outras pessoas. Estuda como as pessoas pensam, se influenciam e se relacionam umas com as outras, na sua experiência social, que o sujeito adquire na participação em diferentes grupos sociais que convive. Também pesquisa os fatores que provocam os problemas sociais e a nossa capacidade de construir soluções.
O objeto de estudo da psicologia social é o comportamento dos indivíduos na sociedade. Podemos considerar que sofremos influência social desde o momento em que nascemos, ou até mesmo antes de nascermos, na gravidez. As condições sociais estão presentes nas expectativas que nos cercam, nos espaços onde vivemos (bairro, cidade, estado, etc.), nos círculos de convivência (parentes, colegas, vizinhos, etc.), nos ambientes de trabalho, em todos lugares. Elas estão presentes em toda a sociedade e são essas condições históricas e sociais vão nos influenciar por toda nossa vida. Aceitando isso, fica mais fácil perceber o papel da sociedade em nos influenciar, e também na forma como respondemos e reagimos a esses anseios. Os estudos em psicologia social auxiliam para pensarmos em mudanças e melhorias na comunidade.
Origens
Remonta ao século XIX, com o filósofo francês Auguste Conte (1798-1857) a preocupação com uma ciência do social. Essa nova disciplina, que ele chamou de física social ou Sociologia (daí ser considerado a fundador da mesma) buscava entender como o indivíduo poderia ser, ao mesmo tempo, causa e consequência da sociedade. Para esse autor deveria ser usado métodos positivos das ciências naturais (observação, experimentação e comparação) para estudar e entender a sociedade, e também sua reorganização e reforma.
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Outro pioneiro foi o cientista social francês Gustave Le Bon (1841-1931) que publicou em 1895 um trabalho sobre a Psicologia das Multidões. Nesse livro ele propunha que os indivíduos que compõem um grupo, por semelhança ou dessemelhança, pelo modo de vida, pelas ocupações, pelo caráter ou pela inteligência, só pelo fato estarem em um grupo. Esses indivíduos passam a ter uma mente coletiva, onde sentem, pensam e agem de forma diferente daquela do que fariam individualmente.
O grupo vira objeto de estudos na psicologia social durante a segunda guerra mundial, com Kurt Lewin (1890-1947). Considerado também um dos fundadores da psicologia social. Estudava a Dinâmica de Grupo ou ciência dos pequenos grupos, com o estudo empírico da interação dentro dos grupos. Realizou contribuições sobre a estrutura grupal, os estilos de liderança, os conflitos e motivações, espaço vital ou o campo de forças que determinam a conduta humana.
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Atendimento
Investiga os aspectos sociais, individuais, familiares e ambientais nos ambientes onde atua; analisa comportamentos, sentimentos e pensamentos de um determinado grupo para definir suas necessidades; desenvolve planos e intervenções para melhorar a qualidade de vida das pessoas; compreende o que componentes de um determinado agrupamento desejam e estabelecer projetos com objetivos e metas;
Na educação pode auxiliar na avaliação do rendimento acadêmico dos estudantes, entender as bases do poder social do professor, a cultura das instituições de ensino, os valores dos pais e professores;
Nas organizações busca entender o controle e comportamento organizacional, as variáveis psicossociais do desenvolvimento pessoal e profissional, o papel da liderança na cultura organizacional, as atitudes, satisfação e comprometimento organizacional;
Na área da saúde o modelo de crenças em saúde, o stress e o burnout na organização, as variáveis psicossociais e os comportamentos de saúde e doença; estudo, avaliação e análise das necessidades dos grupos ou comunidades; elaboração de índices e indicadores que influenciam a interação de um grupo; análise de redes sociais; pesquisa sobre habilidades, atitudes e percepções sociais dos indivíduos; planejamento de programas e projetos de inclusão social; criação de ferramentas de avaliação psicossocial.
Foco
O estudo do comportamento e das interações dos indivíduos em sociedade.
Estratégia
Se utiliza de instrumentos como testes e questionários para coleta de informações. Também desenvolve sua intervenção através da pesquisa participante e da pesquisa ação. Pode realizar estudos de etnografia para explicar os comportamentos conforme os diferentes contextos culturais. Em diversos momentos se utiliza da etnometodologia para explicar o modo como as pessoas percebem, descrevem e explicam o mundo cultural em que vivem. De posse dos resultados de sua pesquisa, faz análise de conteúdo para compreender os dados e as categorias da linguagem, da história, das relações sociais. Avalia as representações sociais através de grupos focais e entrevistas para discutir a produção de conhecimentos. Realiza estudos culturais para produzir o conhecimento em um projeto particular. Dentre outros.
Veja a sequência em Psicologia do Trabalho e suas origens (5ª Parte)
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